VITRINE FITOPATOLOGICA DO MILHO PIPOCA
Felipe Bresolin e Wellington Candido
Cultura do Milho Pipoca. |
O experimento foi implantado no dia 21
de abril de 2016. A variedade cultivada foi o híbrido AP6002, com ciclo curto,
boa resistência ao acamamento e alta capacidade de expansão.
A semeadura foi realizada, após o
tratamento de sementes com o produto Standak Top do grupo das estrubirulinas
com uma concentração de 200 ml p.c/100 kg de sementes, com auxilio semeadora
manual, com profundidade de 3 a 5 cm, espaçamento entre linhas de 0,45 m, sendo
4 plantas por metro linear. Após 20 dias da semeadura foi efetuado o desbaste,
a primeira capina manual para eliminação de plantas daninhas, adubação de
cobertura de acordo com recomendações para cultura e a primeira aplicação de
inseticida, registrado, visando o controle de vaquinhas. A incidência de
lagartas do cartucho foi crucial para aplicações contínuas de inseticidas, de
acordo com a legislação e a recomendação técnica.
As aplicações de fungicidas preventivo
foram realizadas em período de pré-pendoamento da cultura, enquanto a curativa
realizou-se conforme o aparecimento da doença.
Figura 1: Área experimental cultura do milho-pipoca
FONTE: SILVA, Wellington; BRESOLIN, Felipe. IFMT- Campus Campo Novo do Parecis, 2016.
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DOENÇAS DA CULTURA DO MILHO PIPOCA
As doenças que se desenvolveram
na área foram: cercosporiose, diplodia, helmintosporiose e mancha branca.
CERCOSPORIOSE - Cercospora zea-maydis
A doença foi observada em
seus primórdios no sudoeste do estado de Goiás, no ano de 2000. Atualmente é
encontrada em todas as áreas de plantio no país. A doença ocorre com alta
severidade em cultivares susceptíveis, levando a perdas de até 80%.
ETIOLOGIA: a doença é causada pelo agente
causal Cercospora zea-maydis, desenvolve-se em temperaturas de 22 a
30°C, pode ser disseminada por vento, respingo de chuva, sementes e tem
capacidade de colonizar o hospedeiro e resto de cultura.
SINTOMAS: os sintomas são observados
geralmente na fase de floração, tendo como início as folhas do baixeiro. Os
sintomas são caracterizados por manchas de coloração cinza predominantemente
retangulares, onde as lesões são delimitadas pelas nervuras. A severidade da
doença pode provocar extensas áreas cloróticas.
Figura 2: Cercosporiose cultura do milho-pipoca
FONTE: SILVA, Wellington; BRESOLIN, Felipe. IFMT- Campus Campo Novo do Parecis, 2016.
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CONTROLE: A medida de controle mais
eficiente a se adotada é a utilização de cultivares resistentes. Podem ser
utilizadas medidas adicionais como, rotação de cultura, eliminação de restos
culturais do milho, uso de fungicidas a base de triazols e estrubilurinas, e escolha
de sementes sadias.
DIPLODIA (Stenocarpella macrospora)
A ocorrência de mancha foliar de
diplodia no milho pipoca, tem expandido nos últimos anos em todas regiões de
cultivo do país, preferencialmente em áreas de altitude elevada e alta umidade.
Apesar de sua ampla distribuição, é considerada uma doença com severidade entre
baixa a média.
ETIOLOGIA: A mancha de diplodia é causada
pelo patógeno Stenocarpella macrospora, é capaz de colonizar
vários da planta. Pode ser disseminado por, agua da chuva, vento, maquinário e
sementes contaminadas.
SINTOMAS: são lesões necróticas de diferentes
formatos, que podem ser de elípticas a estrias com presença de clorose nas
margens, variando de 1,5 até 25 cm de largura. No centro da necrose observa-se
o ponto inicial de infecção, sendo uma característica peculiar, que confere
diferença em relação a helmintosporiose.
Figura 3: Mancha de diplodia na cultura
do milho-pipoca
FONTE: SILVA, Wellington; BRESOLIN, Felipe. IFMT- Campus Campo Novo do Parecis, 2016.
CONTROLE: a semeadura de cultivares resistentes, sementes sadias, adubação
equilibrada e rotação com culturas não hospedeiras.
HELMINTOSPORIOSE - Exserohilum turcicum.
A distribuição do índice da helmintosporiose se
dá em toda área de milho pipoca cultivada no país, principalmente em períodos
de safrinha. Em condições de alta umidade e temperatura entre 18 27°C, sendo
ambas favoráveis ao desenvolvimento do patógeno, pode causar perdas
expressivas, principalmente antes do florescimento.
ETIOLOGIA: o patógeno Exserohilum turcicum, tem capacidade de produzir
estrutura de resistência, sobrevive em restos de cultura, é favorecido por
temperaturas médias de 18-27°C. Pode ser disseminado pelo vento, sendo em
longas distâncias, e respingo de água da chuva. Tem como hospedeiro o milho, o
sorgo, o teosinto, capim sudão e entre outros.
SINTOMAS: Os sintomas da doença são
lesões necróticas, elípticas, variando de 2,5 a 15,0 cm de comprimento. O
tecido necrosado das lesões varia de verde-cinza a marrom e, no interior das
lesões, observa-se intensa esporulação do patógeno. Normalmente as lesões
começam a aparecer nas folhas mais velhas da planta.
Figura 4: Hemintosporiose na cultura do milho-pipoca
FONTE: SILVA, Wellington; BRESOLIN, Felipe. IFMT- Campus Campo Novo do Parecis, 2016. |
CONTROLE: o principal método de controle
para a helmintosporiose é o uso de cultivares resistente. Podem ser adotados
medidas como rotação de cultura para diminuir a fonte de inoculo da área e a
aplicação química, porém com poucas moléculas disponíveis no mercado.
MANCHA BRANCA - Phaosphaeria maydis.
A mancha branca atualmente é considerada, uma das principais doenças do
milho pipoca, no Brasil, onde tem alta incidência em todo o país. Condição
favorável ao desenvolvimento do patógeno pode elevar os índices de severidade
em até 60% de perdas na produção.
ETIOLOGIA: É causada pelo patógeno Phaosphaeria
maydis, tem capacidade de sobreviver em resto de cultura onde, seu inóculo
primário se origina de restos de cultura, após a identificação de um hospedeiro
alternativo. A disseminação ocorre pelo vento e respingo de água da chuva.
Temperatura amenas de 15-20°C e alta umidade relativa do ar aumenta a
disseminação do patógeno.
SINTOMAS: Os sintomas da doença iniciam-se
como pequenas áreas de coloração verde pálido ou cloróticas, as quais crescem
tornando-se com aspecto esbranquiçado com margens de cor marrom. Geralmente, os
sintomas iniciam nas folhas do baixeiro da planta, progredindo rapidamente para
as partes superiores, sendo mais severos após o pendoamento da planta.
Figura 5: Mancha Branca na cultura do milho-pipoca
FONTE: SILVA, Wellington; BRESOLIN, Felipe. IFMT- Campus Campo Novo do Parecis, 2016. |
CONTROLE: o mais recomendado é o uso de cultivares resistentes, a escolha da
época de plantio, pois, é preferível optar uma época de semeadura, visando com
que as condições favoráveis para o desenvolvimento do patógeno, não coincidam
com o florescimento da cultura. O controle químico pode ser realizado em
cultivares susceptíveis.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
FERNANDES, F. T., OLIVEIRA, E. Principais
moléstias na cultura do milho. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS,
1997. 80p.
FERNANDES, F. T.; OLIVEIRA, E. Principais
doenças na cultura do milho. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS,
2000. 80p..Circular Técnica, 26.
EMBRAPA. Cultivo do milho. Sistemas de produção. Versão eletrônica – 5ª edição.
Setembro, 2009. Disponivel em: http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/milho_5_ed/doencas.htm. Acesso em: 2 de maio. 2016
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