VITRINE FITOPATOLÓGICA DO ARROZ
Rosicléia Silva Lopes e Nayara Santos
Mesmo com as pesquisas constantes
no Brasil, o número certo de doenças na cultura do arroz ainda não é definido,
pois algumas doenças com baixos danos econômicos e em escalas pequenas podem
não terem sido relatadas. No mundo atualmente existe mais de 80 doenças
descritas, algumas dessas doenças não existem no Brasil devido ao clima não
favorável para a proliferação do patógeno ou a falta do vetor do patógeno
(SANTOS et al, 2006).
No caso do Brasil, a maior
incidência de doenças é na região Sul, devido ao clima ser mais favorável para
o desenvolvimento das mesmas. Enquanto que na região centro oeste as doenças
com danos significativos de produtividade são a brusone, a
escaldadura-das-folhas, a mancha-parda e a macha nos grãos.
Segundo Conab (2016) o maior
produtor brasileiro, o Rio Grande Do Sul, teve uma produção na safra 2015/2016
de 7,5 mil toneladas de arroz, enquanto que a região centro oeste inteira
produziu 0,5 mil toneladas, dentro disso o mato grosso contribuiu com 0,3 mil
toneladas. Isso demonstra como o Rio Grande Do Sul é um importante produtor de
arroz.
O plantio foi realizado no dia 04
de maio de 2016. No campo experimental do IFMT campus Campo Novo do Parecis.
Com adubação no sulco de 100 kg/ha-1de M.A.P., e adubação de cobertura com 150
kg/há-1de N com 22 dias após a emergência.
Mesmo com as pesquisas constantes
no Brasil, o número certo de doenças na cultura do arroz ainda não é definido,
pois algumas doenças com baixos danos econômicos e em escalas pequenas podem
não terem sido relatadas. No mundo atualmente existe mais de 80 doenças
descritas, algumas dessas doenças não existem no Brasil devido ao clima não
favorável para a proliferação do patógeno ou a falta do vetor do patógeno
(SANTOS et al, 2006).
No caso do Brasil, a maior
incidência de doenças é na região Sul, devido ao clima ser mais favorável para
o desenvolvimento das mesmas. Enquanto que na região centro oeste as doenças
com danos significativos de produtividade são a brusone, a
escaldadura-das-folhas, a mancha-parda e a macha nos grãos.
Segundo Conab (2016) o maior
produtor brasileiro, o Rio Grande Do Sul, teve uma produção na safra 2015/2016
de 7,5 mil toneladas de arroz, enquanto que a região centro oeste inteira
produziu 0,5 mil toneladas, dentro disso o mato grosso contribuiu com 0,3 mil
toneladas. Isso demonstra como o Rio Grande Do Sul é um importante produtor de
arroz.
O plantio foi realizado no dia 04
de maio de 2016. No campo experimental do IFMT campus Campo Novo do Parecis.
Com adubação no sulco de 100 kg/ha-1de M.A.P., e adubação de cobertura com 150
kg/há-1de N com 22 dias após a emergência.
O EXPERIMENTO
O
tratamento de sementes foi feito com o produto standak top cujo sua formulação
contem as moléculas de Piraclostrobina, Metil Tiofanato e Fipronil, do grupo
das estrobilurinas, benzimidazol e pirazol respectivamente. O tratamento
preventivo foi feito no dia 04 de junho de 2016 com 25 dias após a emergência,
com o fungicida Opera que possui em sua formulação as moléculas Piraclostrobina
e Epoxiconazol, dos respectivos grupos químicos estrobirulina e triazol. O
controle curativo foi feito com o mesmo produto no dia 18 de junho de 2016 aos
39 dias após a emergência. Os controles efetuados foram visando o controle da Brusone (Pyricularia gresea).
Figura 1: Cultura do Arroz. FONTE: LOPES, Resicléia Silva. IFMT - Campo Novo do Parecis, 2016. |
DOENÇAS DA CULTURA DO ARROZ
BRUSONE – Pyricularia grisea
EPIDEMIOLOGIA: A brusone é a doença mais severa da
cultura do arroz, ocorrendo tanto no arroz irrigado com no de sequeiro. Ela é
causada pelo fungo Pyricularia
grisea. É uma doença que está presente em todo território brasileiro, desde
o Rio Grande do Sul com seu clima subtropical, até o cerrado brasileiro com
clima tropical. Chega a acarretar perca de produção de até 60% quando não
manejada corretamente. Pode ocorre em todas as fases da cultura, desde
plântula, período vegetativo até o reprodutivo. E causa dano em toda parte
aérea da planta.
Quando em plântulas, a infecção ocorre pela vinda de esporos junto
com a semente ou inoculo já presente na área, causando então lesões nas folhas
logo no início do ciclo vegetativo da cultura. Quando as sementes são sadias e
a área isenta, a brusone ocorre inicialmente nas folhas durante o estádio
vegetativo das plantas, podendo migrar para a bainha e no estádio reprodutivo
para os grãos, panícula e inserção da panícula (PRABHU et all, 2002).
SINTOMAS: Inicialmente os sintomas nas folhas
são a formação de pequenas lesões necróticas, de coloração marrom, que evoluem,
aumentando de tamanho, tornando-se elípticas, com margem marrom e centro cinza
ou esbranquiçado. Sobre condições favoráveis causa a morte das folhas e logo
após da planta (PRABHU et all, 2002).
Figura 2: Brusone do Arroz. FONTE: LOPES, Resicléia Silva. IFMT - Campo Novo do Parecis, 2016. |
EPIDEMIOLOGIA: Seu modo de dispersão é pelo vento, que carrega os
esporos do fungo consigo. Por sementes contaminadas pois os esporos podem ir
junto as sementes na colheita, quando esses são usados para semeadura a
plântula já emerge com manchas foliares. Resto de cultura, quando se tem até
três safras de arroz na mesma área o esporo do resto de cultura ainda estará
vivo. E hospedeiros alternativos, como as plantas daninhas: arroz vermelho,
arroz preto, capim arroz, grama boiadeira, brachiarias, azevém e outros.
CONTROLE: As maneiras de controle seriam rotação de cultura
de forma evitar outras gramíneas como: Trigo, aveia, cevada, centeio e milheto.
Controle eficiente das plantas daninhas hospedeiras. Adubação parcelada de N,
pois o excesso agrava a severidade da doença, deixando a planta mais
susceptível. Revolvimento do solo para enterrar os restos de cultura que podem
ter esporos. Tratamento de sementes com fungicida sistêmico. Uso de sementes
sadias. Cultivar resistente e o uso de fungicidas.
MANCHA PARDA - Dreschslera
oryzae
A mancha parda assim como a brusone ocorre em arroz irrigado e arroz de
terras altas em todas as regiões do Brasil. Ela é causada pelo fungo
Dreschslera oryzae e apresenta manchas nas folhas de plantas adultas,
plântulas e nos grãos da cultura do arroz (FAGERIA et al, 1995).
ETIOLOGIA: As condições climáticas são alta umidade relativa
do ar e clima ameno, em media 23 a 25ºC e em solos mais pobres quimicamente com
os solos arenosos a planta se torna mais susceptível (NUNES, 2013).
SINTOMAS: As manchas nas folhas são circulares ou ovais, de
coloração marrom, com centro acinzentado ou esbranquiçado (FAGERIA et al,
1995). Que inicialmente pode ser confundido com a mancha inicial da brusone,
mas depois elas se diferenciam quanto a forma e normalmente ocorre no terço
final do ciclo da cultura, após a floração. Mas o seu maior dano realmente é na
germinação de sementes e emergência de plântulas (NUNES, 2013). Já as manchas
nos grãos têm coloração marrom escura e podem coalescer, cobrindo o grão
inteiro. Em casos severos, as manchas cobrem todos os grãos das panículas
(FAGERIA et al, 1995).
Figura 3: Mancha Parda do Arroz. FONTE: LOPES, Resicléia Silva. IFMT - Campo Novo do Parecis, 2016. |
EPIDEMIOLOGIA: A disseminação é por sementes contaminadas e
segundo Fageria et al, (1995) O inoculo pode permanecer viável até três anos na
semente, no solo ou em resto de cultura. E o vento, que leva os esporos para
outras áreas.
CONTROLE: O controle é feito com o tratamento de sementes com
fungicida sistêmico, para minimizar o problema na fase inicial em que as
sementes contaminadas podem causar. Aplicação de fungicidas na fase da panícula
para garantir o bom enchimento de grãos, a utilização de sementes sadias, a
eliminação de restos culturais, a utilização de cultivares resistente, e a
rotação de cultura.
ESCALDADURA DAS
FOLHAS - Monographella albescens
A escaldadura das folhas é causada pelo fungo Monographella
albescens, é uma doença comum em arroz de terras altas, e ataca as folhas
da planta.
ETIOLOGIA: As condições climáticas que favorecem o agravamento
da doença são temperaturas entre 20 27ºC a chuva e o orvalho. E assim como a
brusone e a mancha parda também a adubação em excesso de N (NUNES, 2013).
SINTOMAS: No início da doença ocorre o aparecimento de
manchas de coloração verde-oliva, sem margens bem definidas. Essas lesões
evoluem formando sucessões de faixas concêntricas, com alternância das cores
marrom-clara e escura. Após as lesões coalescem, causando necrose e morte da
folha afetada (FILIPPI et al, 2005).
Figura 4: Escaldadura do Arroz. FONTE: LOPES, Resicléia Silva. IFMT - Campo Novo do Parecis, 2016. |
EPIDEMIOLOGIA: A
disseminação acontece principalmente por sementes contaminadas e o vento.
CONTROLE: As medidas de controle
empregadas são rotação de cultura, uso de cultivares resistentes, sementes
sadias, aração para enterrar os restos de cultura, tratamento de sementes e o
controle eficiente da planta daninha (Echinochloa crus-gallie) que é hospedeiro
alternativo, aplicação de fungicidas sistêmica na fase vegetativa da cultura.
MANCHA-OCULAR - Drechslera gigantea
ETIOLOGIA: Seu agente causal é o fungo Drechslera
gigantea. A temperatura ideal para o desenvolvimento do patógeno na área é
entre 26 à 28ºC, com clima chuvoso e molhamento foliar.
SINTOMAS: Causa lesões nas folhas da planta do arroz em
formatos circulares a ovais, com bordas finas de cor parda e centro mais claro,
acinzentado. Diferencia-se da mancha parda por que o centro da lesão é mais
claro (NUNES, 2013).
Figura 5: Mancha Ocular Arroz. FONTE: LOPES, Resicléia Silva. IFMT - Campo Novo do Parecis, 2016. |
EPIDEMIOLOGIA: É
disseminado principalmente pelo vento e sobrevive em resto de cultura.
CONTROLE: O controle
químico não se tem ao certo, por se tratar de uma doença recém descoberta. Mas
acredita-se que com o controle químico das principais doenças ele já seja
controlado, pois apenas uma cultivar que apresentou grande perca pela doença. E
o controle eficiente das daninhas resistentes.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONAB: Companhia Nacional de abastecimento.
Acompanhamento da safra brasileira de grãos. V. 3, SAFRA 2015/16, N. 9, Nono
levantamento, junho de 2016.
FAGERIA, N.K.; FERREIARA, N.K.F.E.; PRABHU,
A.S.; FILHO, M. P. B.; FILIPPI, M.C.: Seja o doutor do seu arroz. Potafos,
Piracicaba, SP, 1995
FAGERIA, N.K.; FERREIARA, N.K.F.E.; PRABHU,
A.S.; FILHO, M. P. B.; FILIPPI, M.C.: Seja o doutor do seu arroz. Potafos,
Piracicaba, SP, 1995.
FILIPPI, M.C.; PRABHU, A.S.; SILVA, G. B.:
Escaldadura do Arroz e seu Controle. EMBRAPA, Circular Tec., Santo Antônio de
Goiás, GO, 2005.
NUNES, C. D. M.: Doenças da Cultura do Arroz
Irrigado. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Pelotas, RS,2013.
POTAFOS, Piracicaba, SP, 2013.
PRABHU, A. S.; GUIMARÃES, C.M.; SILVA, G.B.:
Manejo da Brusone no Arroz de Terras Altas. EMBRAPA, Circular Téc.,Santo
Antônio de Goiás, GO, 2002.
SANTOS, A.B.; STONE, L. F.; VIEIRA, N.R.A.: A
cultura do arroz no Brasil. EMBRAPA, Santo Antônio de Goiás, GO,2006.
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